Para a Ponte do Bode, o caminho é muito simples. Descendo a estrada asfaltada, logo se deparará, bem antes da Casa da Ponte, com uma placa indicando a pequena trilha à esquerda.
Sobre a Ponte do Bode, no texto em que o Padre Sarneel fala dos Pinheiros, temos uma excelente explicação para seu nome:
A Ponte do Bode na voz e no coração do Padre Sarneel
“Vamos passear. Vamos pé a pé aos Pinheiros. É muito perto. Passa-se pela alinhada família dos nobres carvalhos de Portugal, despidos ou vestidos de folhas, conforme a estação do ano. Atravessa-se o rio Sumidouro no lugar onde crescem, abundantes, as aplumadas flechas, de que se servem os pirotécnicos no fabrico dos foguetes e que os coroinhas do vigário gostam tanto de apanhar e colecionar, no fim das procissões, depois da explosão no ar da pólvora festiva. A travessia se faz por uma ponte, pela qual nenhum bode passou nem passará nunca, de fora para dentro do Caraça. Não passa o imundo ruminante porque anda sempre carregado de pecados próprios e alheios.
E para o pecado não há acesso à porta do Céu. Chama-se, por isso, ponte do bode, como se chama ponte de burroscerto teorema da geometria, diante do qual fica eternamente parado o pobre aluno de inteligência curta. Passemos nós, inteligente turista, e vamos nós, romeiro cristão, sem medo e sem pecado.
Para explicar o nome da ponte, há outra versão que nos conta o rapto de um estudante pelo demônio sob a forma de um bode. Mas é uma história de papão para fazer medo às crianças”.
Padre Pedro Sarneel, C.M.
Guia Sentimental do Caraça, 1953